De acordo com o empresário Aldo Vendramin, a relação entre as commodities e o câmbio é um tema essencial para entender os impactos econômicos da variação do dólar sobre a produção e exportação de bens primários. Uma vez que a cotação do dólar influencia diretamente o valor recebido pelos produtores brasileiros, principalmente em setores como agricultura, pecuária e mineração. Com isso em mente, neste artigo, você vai entender como o câmbio afeta os preços das commodities, qual o impacto sobre os produtores e por que a valorização ou desvalorização do real pode representar ganhos ou perdas.
O que são as commodities e por que são cotadas em dólar?
As commodities são bens primários, geralmente produzidas em larga escala, que possuem padrão de qualidade e são comercializados em bolsas internacionais, como informa Aldo Vendramin. Entre os exemplos mais conhecidos estão soja, milho, petróleo, minério de ferro e café. Logo, por serem ativos negociados globalmente, seus preços são definidos com base na oferta e demanda internacional, e a moeda de referência para essas transações costuma ser o dólar.
Essa padronização facilita o comércio internacional e garante transparência nas negociações. No entanto, isso também cria uma forte dependência da cotação do câmbio, conforme destaca o senhor Aldo Vendramin. Assim, essa dependência faz com que qualquer oscilação cambial afete diretamente a rentabilidade dos produtores nacionais. Desse modo, em um mercado onde a margem de lucro é apertada, a variação do dólar pode significar a diferença entre lucro e prejuízo.

Como a valorização do dólar impacta o produtor?
Quando o dólar se valoriza frente ao real, o preço das commodities em moeda local tende a aumentar. Isso acontece porque o produtor recebe em dólares, mas seus custos de produção, como mão de obra, insumos e logística, são pagos em reais. Assim, segundo o Aldo Vendramin, uma alta na cotação do dólar eleva o valor final recebido pelo produtor quando convertido para a moeda brasileira.
Ou seja, essa valorização funciona como um estímulo à exportação, pois os produtores nacionais se tornam mais competitivos no mercado externo. No entanto, essa vantagem cambial pode ser temporária e depende de fatores como políticas monetárias, inflação e estabilidade econômica global. Portanto, o produtor deve estar atento à volatilidade e planejar estrategicamente seus contratos e investimentos.
E quando o real se valoriza? Quem perde com isso?
A valorização do real frente ao dólar tem o efeito oposto. Os preços pagos aos produtores em reais diminuem, já que o valor recebido em dólar se converte em uma quantia menor na moeda nacional. O que diminui a rentabilidade das exportações e pode tornar o produto brasileiro menos competitivo no cenário internacional, como enfatiza o empresário Aldo Vendramin.
Dessa forma, em períodos de real fortalecido, muitos produtores optam por segurar suas vendas ou redirecionar parte da produção ao mercado interno. Essa estratégia visa proteger a margem de lucro, mas pode gerar excesso de oferta no mercado nacional e pressionar os preços internos. Aliás, os contratos futuros firmados em dólar se tornam menos vantajosos, exigindo maior atenção ao gerenciamento de risco.
Como os produtores podem se proteger das variações cambiais?
Proteger-se das oscilações do câmbio é uma necessidade para qualquer produtor que atua com commodities exportáveis. Isto posto, existem instrumentos financeiros e estratégias que podem auxiliar nesse processo:
- Contratos futuros: Permitem travar a cotação da moeda, garantindo previsibilidade.
- Operações de hedge cambial: Utilizam derivativos para compensar possíveis perdas com a variação da moeda.
- Diversificação de mercados: Reduz a dependência de um único mercado externo.
- Planejamento financeiro: Acompanhamento constante das tendências macroeconômicas e gestão eficiente de custos.
O uso dessas ferramentas permite ao produtor mitigar riscos e manter sua rentabilidade mesmo em cenários de instabilidade. Por fim, é recomendado que o produtor busque orientação especializada para aplicar essas estratégias de forma eficaz e alinhada ao seu perfil de negócio.
O câmbio e as commodities caminham lado a lado no mercado
Em suma, a relação entre commodities e câmbio é direta, profunda e influencia significativamente a economia brasileira. Já que, a valorização do dólar pode beneficiar os produtores ao aumentar a competitividade e rentabilidade das exportações. Por outro lado, a valorização do real pode reduzir os ganhos e exigir adaptações rápidas e inteligentes, como explica Aldo Vendramin.
Autor: Abidan Banise